Produzido em 2008, este filme traz várias referências, pensamentos,
alertas e mensagens para uma ótima reflexão, sem falar nas analogias e
metáforas espalhadas por toda a animação.
A PARTIR DE AGORA, HAVERÁ UMA EXPLOSÃO DE SPOILERS!
Sugiro que, se você não conhece o filme, assista-o e depois
termine de ler. Se você já assistiu, continue lendo e veja se pegou as
mensagens que estão contidas nele.
Começamos o filme sendo apresentados ao robozinho que dá nome
a animação: Wall-e. Ele nos aparece como uma formiguinha que continua
trabalhando incessantemente, mas logo se mostra como extremamente curioso e
disposto a descobrir coisas novas durante sua jornada de trabalho.
E o que ele faz? Trabalha como lixeiro, recolhendo e
amontoando o lixo que existe na Terra (que não é pouca coisa!), tentando tornar
nosso planeta mais limpo. Os outros robôs do modelo de Wall-e já estão
desativados há muito tempo, mas ele ainda persiste em meio a uma Terra tomada
pelo lixo, resultado do mal controle que tivemos em poluentes, lixo e
preservação da vida.
Em meio a essa rotina, ele encontra um objeto que nunca
tinha visto, mas sua curiosidade o faz guardar aquilo que encontra para que
depois possa tentar entender sobre aquilo. Esse objeto é uma pequena planta.
Percebemos aqui que o planeta não só está coberto de lixo, como também a vida
orgânica não existe a certo tempo. Wall-e não consegue esconder a sensação de
contemplação para com o que encontra, talvez recordando algo dos seus primeiros
anos de trabalho.
Enquanto retorna ao seu local de descanso, onde guarda seus
objetos encontrados e recarrega sua bateria, Wall-e percebe que algo diferente
está acontecendo, ele vê luzes correndo pelo solo e começa a segui-las, se
deparando com uma enorme nave que deposita um objeto no solo.
Neste ponto conhecemos Eva, uma sonda vinda de algum lugar
que realiza buscas na Terra. Wall-e tenta se aproximar, com alguma dificuldade
e quando consegue entrar em contato, decide mostrar sua “casa” e sua nova aquisição,
a planta.
Ao ver a planta, Eva entra em estado de hibernação e Wall-e
fica desesperado. É evidente que depois de tanto tempo sem ter contato com
ninguém, o robô quer ter alguém que lhe seja próximo.
A mesma nave que deposita Eva retorna para buscá-la, Wall-e
não quer deixar a nova companhia ir embora e embarca na nave. Apesar de não ter
muitas feições que representem emoções. Wall-e consegue ficar maravilhado com o
que vê: estrelas, planetas, galáxias. Dos poucos ruídos que ele produz durante
o filme, esse é bem nítido: Uau!
E para onde estão indo? E os humanos, onde estão?
Há 700 anos antes do ocorrido com Wall-e, uma nave de
humanos foi para o espaço para ficar enquanto os robôs, como Wall-e, limpassem
a Terra. O problema é que nada tinha mudado e a vida continuou no espaço. A
sonda Eva encontrou um exemplar de vida e deveria retornar para a nave,
mostrando que a vida na Terra havia voltado ao normal.
Chegando a nave ocorrem várias situações que poderíamos
chamar de hipotéticas, mas estão muito próximas do nosso dia a dia. A primeira
surge quando Wall-e começa a andar pela nave e o robô de limpeza, Mo, se depara
com um dilema: existem linhas onde os robôs devem andar, mas Wall-e não sabe
disso e corre por todos os lados atrás de Eva, O pequeno Mo tem que decidir se
sai de sua linha e corre atrás de Wall-e para limpá-lo ou se continua a andar
pela linha, como todos os robôs fazem. Ele pula para fora da linha, com certo
receio e vê que nada ocorreu e continua sua jornada, fugindo dos padrões que
todos seguem, mas ainda com sua missão, limpar a nave.
As pessoas que ainda estão na nave não se movimentam há
muito tempo e são extremamente obesas, além de serem totalmente sujeitas a
tecnologia para tudo, se alimentar, se vestir, etc.
Não precisam pensar, pois tudo está ali, pronto. Não
precisam andar, pois possuem cadeiras que se movimentam para onde querem ir.
Não conversam mais entre si, pois possuem comunicadores embutidos em suas
cadeiras. Estão totalmente alienados e aceitam tudo o que lhe é imposto.
Um desses humanos, o comandante da nave, receberia a planta
de Eva, mas um “contratempo” ocorre e ele não vê a planta e, portanto não
retorna para casa. Mas uma dúvida surge na sua mente: Casa? Terra? O que
realmente isso é e o que significa?
Ele começa a pesquisar no computador central da nave para se
informar e fica assombrado com o que vê. Decidindo procurar pela planta junto a
Eva e Wall-e para retornar ao lar.
Não vou contar o final do filme aqui (afinal já foram
spoilers demais!) mas as mensagens distribuídas ao redor do filme, com Wall-e
como curioso, sempre querendo aprender e entender mais. A Terra sendo devastada
pela falta de cuidado dos humanos. A planta surgindo como símbolo de esperança
para voltar a Terra. Mo deixando os padrões para realizar suas próprias
escolhas. Os humanos vivendo e, ao mesmo tempo, vegetando, sem ter esforços
para conseguir o que deseja.
Esses elementos nos mostram muito sobre nós mesmos, nossas
vidas e responsabilidades com a Terra e com aqueles que nos cercam. Além disso
nos dão um alerta, uma mensagem que não deve ser ignorada: talvez nós
devêssemos resistir a nós mesmos.
É isso aí pessoa, se você aguentou ler até aqui e já viu o
filme sabe que existem mais reflexões nas entrelinhas do filme. Deixe nos
comentários aquelas que não apareceram aqui e que você percebeu. Até a próxima
e continuem resistindo, pois logo eles chegarão.
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